{"id":6066,"date":"2023-09-07T11:58:46","date_gmt":"2023-09-07T14:58:46","guid":{"rendered":"http:\/\/www.amigosdaterrabrasil.org.br\/?p=6066"},"modified":"2025-06-12T13:48:37","modified_gmt":"2025-06-12T16:48:37","slug":"nota-de-solidariedade-e-de-urgencia-pelo-ambiente-e-nossas-vidas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/amigasdaterrabrasil.org.br\/?p=6066","title":{"rendered":"ENCHENTE NO RS: NOTA DE SOLIDARIEDADE E DE URG\u00caNCIA PELO AMBIENTE E NOSSAS VIDAS!"},"content":{"rendered":"
Impactados por mais uma trag\u00e9dia, refor\u00e7amos a urg\u00eancia com que todos e todas n\u00f3s, sociedade, no Brasil e em todo o mundo, precisamos enfrentar esta crise. Especialistas consideram que o Rio Grande do Sul est\u00e1 passando por um dos maiores desastres naturais de sua hist\u00f3ria. Esta cheia do Rio Taquari \u00e9 a pior desde 1941, quando atingiu seu pico; \u00e9 nessa regi\u00e3o que fica a cidade de Mu\u00e7um, que na enchente desta semana ficou com 85% de seu territ\u00f3rio debaixo d\u2019\u00e1gua e contabilizou o maior n\u00famero de pessoas mortas at\u00e9 agora (14 pessoas). <\/span><\/p>\n Conforme dados hidrol\u00f3gicos da CERAN (Companhia Energ\u00e9tica Rio das Antas), a Usina Hidrel\u00e9trica Castro Alves, localizada entre os munic\u00edpios de Nova Roma do Sul e Ant\u00f4nio Prado (margem direita) e Nova P\u00e1dua e Flores da Cunha (margem esquerda), a vaz\u00e3o do Rio das Antas, na tarde do dia 04\/09\/23, ultrapassou a chamada vaz\u00e3o decamilenar, o que significa uma vaz\u00e3o que se previa ser atingida a cada 10 mil anos! Essa informa\u00e7\u00e3o acende um alerta quanto \u00e0 nossa atual capacidade de sequer prever esse tipo de evento daqui para frente, comprometendo, de maneira dram\u00e1tica, a seguran\u00e7a de infraestruturas sens\u00edveis como barragens, estradas e ind\u00fastrias, mas tamb\u00e9m de nossas cidades, localidades rurais e \u00e1reas agropecu\u00e1rias. <\/span><\/p>\n A ocorr\u00eancia de temporais e ciclones extratropicais faz parte do clima do Sul do Brasil, mas a incid\u00eancia rotineira e cada vez com maior intensidade e danos alerta que a situa\u00e7\u00e3o est\u00e1 fora do \u201cnormal\u201d. <\/span>Essas enchentes s\u00e3o um sintoma direto da emerg\u00eancia clim\u00e1tica e deixa, mais uma vez evidente, que seus efeitos est\u00e3o acontecendo agora, n\u00e3o s\u00e3o mais proje\u00e7\u00f5es de futuro! Eventos clim\u00e1ticos cada vez mais extremos est\u00e3o ocorrendo no Brasil e em todo o mundo, como chuvas intensas e inunda\u00e7\u00f5es, calor e inc\u00eandios, chuvas de granizo destruidoras, tempestades de nev<\/span>e e baixas repentinas. <\/span>O aumento da temperatura global leva a um maior ac\u00famulo de calor nos oceanos, o que, por sua vez, influencia os padr\u00f5es clim\u00e1ticos, aumentando a probabilidade de eventos clim\u00e1ticos extremos, como as cheias.<\/span><\/p>\n Nesse contexto, \u00e9 importante destacar a necessidade urgente de a\u00e7\u00f5es para encarar a situa\u00e7\u00e3o como emerg\u00eancia clim\u00e1tica. A preserva\u00e7\u00e3o do ambiente e a mitiga\u00e7\u00e3o das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas s\u00e3o essenciais para reduzir a frequ\u00eancia e a gravidade desses eventos, como as cheias no Rio Grande do Sul. Al\u00e9m disso, medidas de adapta\u00e7\u00e3o, mitiga\u00e7\u00e3o e preven\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m s\u00e3o necess\u00e1rias para proteger as comunidades vulner\u00e1veis. Governos federal, estaduais e municipais precisam dialogar com as popula\u00e7\u00f5es nos territ\u00f3rios, que s\u00e3o quem conhece e vivenciam a for\u00e7a da natureza. Devemos parar com as altera\u00e7\u00f5es e flexibiliza\u00e7\u00f5es na legisla\u00e7\u00e3o, licenciamento e monitoramento ambiental, que governos v\u00eam promovendo para atender apenas a interesses econ\u00f4micos de corpora\u00e7\u00f5es, imobili\u00e1rias, do agroneg\u00f3cio, energia e da minera\u00e7\u00e3o, sem proteger o ambiente natural e nem promover pol\u00edticas sociais \u00e0s popula\u00e7\u00f5es mais empobrecidas.<\/span>
\nMais um epis\u00f3dio de instabilidade, com chuvas intensas, provoca enchente hist\u00f3rica, mortes e muita devasta\u00e7\u00e3o no Sul do Brasil. Precisamos apoiar as iniciativas de ajuda \u00e0s comunidades afetadas e trabalhar em sua recupera\u00e7\u00e3o, pressionando por pol\u00edticas p\u00fablicas que abordem as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas de forma eficaz.<\/span><\/i>
\n<\/span><\/i>
\n<\/span><\/i>Pela 3\u00aa vez neste ano, um epis\u00f3dio de instabilidade, com chuvas intensas, vitimizou a popula\u00e7\u00e3o e causou muito estrago material, econ\u00f4mico e ambiental no Rio Grande do Sul. Desta vez, fortes chuvas desde o final de semana passado atingiram, especialmente durante a 2\u00aa e 3\u00aa feiras (4 e 5\/09), parte da regi\u00e3o Norte, Serra e a chamada \u201cregi\u00e3o dos vales\u201d ga\u00facho, marcada pela presen\u00e7a de rios importantes para a produ\u00e7\u00e3o e reprodu\u00e7\u00e3o da vida. Tamb\u00e9m impactou, com menos intensidade, o estado vizinho Santa Catarina.<\/span>
\n<\/span>
\n<\/span>Neste momento de muita tristeza e dor, expressamos profunda solidariedade com as v\u00edtimas e afetados e afetadas pelas enchentes, popularmente referidas por \u201ccheias\u201d, no Rio Grande do Sul. Este \u00e9 um momento de uni\u00e3o e de apoio \u00e0s comunidades que est\u00e3o enfrentando as consequ\u00eancias devastadoras desses eventos clim\u00e1ticos extremos, e \u00e9 o que garante a exist\u00eancia de uma sociedade<\/span> que se sensibiliza e se <\/span>solidariza. <\/span>
\n<\/span>
\n<\/span>N\u00f3s da Amigas da Terra Brasil estamos de luto pelas 48 pessoas encontradas mortas at\u00e9 o momento (47 no Rio Grande do Sul e uma em Santa Catarina). Tamb\u00e9m nos solidarizamos \u00e0s mais de 25 mil pessoas desalojadas e desabrigadas, e cerca de 97 cidades e comunidades destru\u00eddas ou impactadas, utilizando nossa voz para exigir a r\u00e1pida resposta dos governos estaduais e federal e demais autoridades competentes \u00e0 emerg\u00eancia que afetados e atingidos enfrentam. Nesses locais, pessoas perderam suas casas, bens materiais, locais de trabalho, e pior: suas vidas, familiares, vizinhan\u00e7a, animais de estima\u00e7\u00e3o e para produ\u00e7\u00e3o de alimentos e subsist\u00eancia econ\u00f4mica, com dificuldades imensas para reconstruir a esperan\u00e7a e suas vidas.<\/span><\/p>\nCidade de Roca Sales, no Vale do Taquari (RS), est\u00e1 entre as mais atingidas pela enchente recente na regi\u00e3o. Cr\u00e9dito: Maur\u00edcio Tonetto\/ Secom\/RS<\/em><\/span><\/p>\n
\n<\/span>
\n<\/span>N\u00e3o podemos mais desrespeitar as margens dos rios, aterrar cursos d’\u00e1gua e banhados; n\u00e3o podemos mais licenciar desmatamento; precisamos de todo mato, toda a floresta, todo campo nativo poss\u00edvel para garantir o ambiente saud\u00e1vel para n\u00f3s e para todos os seres que dele dependem e que garantem a estabilidade dos ecossistemas. A solu\u00e7\u00e3o para a crise clim\u00e1tica \u00e9 garantir terra para os povos, demarcar terras ind\u00edgenas, titular quilombos, proteger territ\u00f3rios tradicionais, fazer a reforma agr\u00e1ria popular, apoiar a agroecologia; identificar, delimitar e respeitar as \u00e1reas de risco e garantir a dignidade das comunidades perif\u00e9ricas.<\/span><\/p>\n